parecia mais uma daquelas idas a porto alegre…visitar a casa da dona sonia,ver a alda,comer sanduiche de presunto e queijo e inventar brincadeiras no jardim da dona sonia…ficava nos fundos da casa,era tipo corredores de ceramicas com canteiros de roseiras e um tipo de flores que na memoria pareciam zabumbas ou amor perfeito.o consultorio da doutora iole era como sempre um ambiente decorado mais para bebes do que para meninos como eu…11 anos…a rotina: examinar meu corpo,ouvir meu coraçao e medir meus braços…eu ja sabia que um dos braços..o direito..era maior e cheio de manchinhas vermelhas as quais eu logo dizia que era um tipo de problema com o qual eu havia nascido…porem naquela tarde algo de diferente havia acontecido…a expressao da doutora iole…os olhos da minha mae…de la fui para um hospital… so voltei para casa depois de trinta e quatro dias…e trinta e dois pontos na barriga…um corte fenomenal..quase de lado a lado…me contaram que a cirurgia havia durado quase doze horas…e que eu tinha um tipo de ‘‘bola de sangue no figado’‘…confesso que eu pouco me interessava…o pos anestesico tinha sido horrivel…nausea,sede e nao dava pra entender porque me negavam agua…depois um tipo de dor insuportavel…e o remedio era uma boa injeção na coxa direita…momentos terriveis que ainda trago comigo…ao voltar para o meu quarto do hospital ernesto dorneles…um alivio… eu era a unica criança no andar de adultos…fiz um bom amigo…seu italo…o filho dele trabalhava na varig…era o ano do lançamento do dc10…ganhei adesivos e apoio…tambem lembro como era bom a gelatina de morango e o ventilador arno mini…direto no meu rosto…era quase como um voo no dc 10…’‘a varig abre suas asas com ternura pra voce ganhar altura,viajar,voar…’‘ era o dingle dos anos setenta e la vai fumaça…voltei para casa em fevereiro…1974 nao foi um ano facil….